Motel Hell (1980) — Direção: Kevin Connor

 

 


 

Comecei a ver alguns filmes indicados pelo documentário In Search of Darkness (2019). Me deparei com Motel Hell (1980), uma pérola oitentista dirigida por Kevin Connor

O longa, sem dúvida nenhuma, foi concebido via O Massacre da Serra Elétrica (1974). Todos os elementos do filme de Tobe Hooper estão lá. Mas por alguma razão, esse "plágio" acabou dando certo. E esse sucesso acontece pela atuação competente da dupla de atores principais: Rory Calhoun e Nancy Parsons. Calhoun é uma lenda dos filmes de faroeste. Parsons, por sua vez, teve uma carreira centrada em comédias. Parceiros improváveis, Rory e Nancy dão vida para dois irmãos bizarros, os quais controlam um motel chamado Hello. Nesse local, eles também vendem carnes defumadas muito procuradas. 

 

Vincent (Calhoun) é um homem matuto do interior. Durante o dia, ele é um homem amável. Quando o sol se põe, ele vira  um psicopata sem ressentimento, munido de uma máscara de porco, e de uma motosserra.  A força motriz de sua loucura é a sua irmã, a cúmplice perfeita. Ela é uma mulher completamente maluca e sarcástica. Juntos, eles praticam uma série de crimes para conseguir descolar o ingrediente perfeito para a sua carne defumada.
 

 

 

Motel Hell aparece em um momento em que os slashers estavam ganhando espaço nos EUA e ninguém sabia exatamente o caminho que deveria seguir. A iconografia do subgênero estava sendo construída e, por causa dessa indefinição, o vilão do filme é definitivamente uma espécie de Leatherface. Só que como Calhoun tinha uma bagagem como ator muito grande, ele consegue se desvencilhar da cópia, criando um assassino bem particular. 

Tenho que exaltar também o roteiro. Ele tem ótimas sacadas. Por exemplo, o letreiro de neon do hotel está com defeito. A letra "o" não acende, transformando assim o motel Hello em motel Hell. Já nos primeiros segundos de filme, apesar do clima de normalidade, o espectador percebe que há algo errado naquele lugar. É uma escolha de ambientação muito inteligente. O diretor não precisa usar uma música sinistra, nem introduzir o vilão da narrativa imediatamente. Somente esse pequeno erro no letreiro já mostra que aquele lugar bucólico talvez seja infernal. 




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