Fade to Black (1980) — Direção: Vernon Zimmerman

 

 

Seguindo a minha maratona de filmes indicados pelo documentário  In Search of Darkness, finalmente assisti esse tesouro dos anos 80, o longa Fade to Black (1980). Dirigido por Vernon Zimmerman, a película é uma homenagem ao cinema clássico estadunidense. 

 

Eric Binford (Dennis Christopher) é um outsider. Amante do cinema, o jovem vive com sua tia paraplégica. Ela é extremamente abusiva e fica constantemente humilhando o rapaz. Ele trabalha em uma distribuidora de filmes e também sofre nas mãos do chefe. Binford vive sonhando acordado para tentar fugir de sua realidade. Através dos filmes, ele se transporta para um mundo particular. Além disso, ele nutre uma paixão avassaladora por Marilyn Monroe. Durante uma entrega do trabalho, Eric conhece Marilyn O' Connor (Linda Karridge), uma sósia de Monroe. Vencendo a timidez, ele descola um encontro com a jovem. Eles acabam se desencontrando na frente do cinema. No dia seguinte, ele é demitido do trabalho. Furioso, Eric abraça a selvageria e resolve se vingar de todos aqueles que lhe perseguem. Para cometer os seus crimes, ele passa a se vestir como os personagens clássicos do horror da Universal, como "Drácula" e "A Múmia". 

Apesar de ser um longa irregular, Fade to Black cumpre seu papel como fan service com maestria. Com o uso de metalinguagem, o diretor transporta o espectador para dentro do mundo de obsessão de Eric, usando vários estereótipos comuns sobre cinéfilos. Quanto mais seu psicológico declina, mais ele adentra no universo da sétima arte. Na pele monstruosa dos personagens, ele encontra a força necessária para finalmente despertar seu lado mais perverso. Ao contrário da maioria dos longa-metragens de horror dos anos 80, os quais costumavam focalizar nas vítimas, Fade to Black é interessante justamente por mostrar como um vilão é construído.