O Chamado 4 (2022) – Direção: Hisashi Kimura
Sadako Yamamura é a estrela da franquia japonesa “Ringu", a qual é composta por vários longa-metragens. O mais recente, O Chamado 4 (Sadako DX), chega aos cinemas brasileiros no dia 27 de abril de 2023. A história gira em torno de Ayaka Ichijo (Fuka Koshiba), uma garota com um QI muito elevado. Quando uma série de mortes inexplicáveis começam a acontecer no Japão, ela passa a investigar uma possível ligação entre esses incidentes e uma fita supostamente amaldiçoada.
Apesar de indicar que possui muitas semelhanças com os outros filmes da série, O Chamado 4 desconstrói vários aspectos da mitologia de Sadako/Samara, criando links entre a personagem e um cenário epidemiológico. Essa parte do roteiro é extremamente perspicaz.
Talvez isso até desagrade um pouco os fãs mais fervorosos que preferem que a história de Sadako gire sempre em torno do mesmo plot, mas o longa prova que é possível explorar novas nuances da personagem.
O diretor Hisashi Kimura foi realmente brilhante ao transformar um filme fantasmagórico em uma espécie de metáfora sobre a ansiedade gerada pela epidemia de Covid-19. Ele também reflete sobre as perdas humanas. E se ele levasse isso até o fim seria perfeito. Porém, existe uma quebra de ritmo muito grande a partir do terceiro ato do longa. O cineasta começa o filme com um tom bem sério, o qual eu acho mais apropriado para a história. Só que, ao longo da narrativa, o roteiro vai adquirindo um lado cômico meio pastelão, o qual claramente prejudica o enredo tão criativo. Se ele desejava seguir essa proposta, creio que teria sido melhor que isso tivesse sido introduzido desde o começo da película.
E por falar em Sadako, fiz recentemente um post lá no meu Instagram, onde expliquei um pouquinho sobre a personagem e seus clones da Coreia do Sul e dos EUA.