[Especial Robert Englund]: Os Mortos Vivos (Dead & Buried) — Direção: Gary Sherman
Como eu amo ser surpreendida por um filme. Assisti ontem Os Mortos Vivos (1981), segundo filme do especial do Robert Englund, e fiquei fascinada.
O filme nos leva até uma cidadezinha litorânea acima de qualquer suspeita dos EUA, chamada Potters Bluff. Só que ela não é tão sossegada como parece: os turistas que se aventuram por seus domínios são brutalmente assassinados por uma horda de "cidadãos do bem", munidos de máquinas fotográficas e filmadoras. Por alguma razão, algum tempo depois, esses mortos reaparecem na cidade, se misturando aos outros moradores, como se nada tivesse acontecido. A premissa do longa é muito interessante.
Eu achei tão bacana o modo como os roteiristas desconstruíram vários padrões de filmes de zumbi e criaram uma história tão peculiar. Em 1981, quando o longa foi lançado, era um momento de ascensão do estilo Romero. E, ao invés de seguir nesse caminho, o diretor oferece um frescor para o subgênero, tanto para a figura do morto-vivo, quanto para a gênese desse mal. Para isso, a película faz um resgate do cinema de horror mais clássico, se esquivando um pouco do gore de George Romero, contando uma história que, felizmente, se inspira apenas nos pontos positivos dos longas mais antigos e não revisita antigos preconceitos, como a constante insistência do cinema hollywoodiano de marginalizar as práticas religiosas do Haiti, algo que era bem marcante na maioria das películas anteriores ao clássico A Noite dos Mortos Vivos (1968), o grande divisor de águas do subgênero.
Robert Englund aparece em pouquíssimas cenas. Mas valeu a pena conferir essa preciosidade. É uma obra muito criativa e que deveria receber mais atenção. É um filme com um enredo simples, mas muito bem amarrado. Eu me diverti bastante assistindo. E não vou falar mais sobre ele, pois não quero estragar a experiência de quem ainda não viu o longa.
Os Mortos Vivos (Dead & Buried)
Ano: 1981
Direção: Gary Sherman