27 mai. 19
Rogert Bencosme: O pioneiro do cinema de terror da República Dominicana
Andrea era uma menina comum e vivia no pacato distrito de Juan López, em
Moca, na República Dominicana. Mas sua vida mudou completamente depois de uma
brincadeira infantil, ocorrida durante o enterro de seu avô. Ao perceber que alguém havia roubado a cruz do túmulo de sua mãe, a jovem acaba furtando um crucifixo
de outra tumba e a deixa na lápide da genitora. Esse pequeno gesto inocente
mudou a vida da jovem, e também do pacato vilarejo. O diretor Rogert Bencosme era vizinho da
garota e presenciou todo o seu caso de possessão e, anos mais tarde, em 2005, transformou essa história em uma produção de terror. O longa-metragem "Andrea" inaugurou o gênero terror na
República Dominicana e explora as lendas e crendices típicas do interior
dominicano. Para dar mais detalhes sobre o assunto, conversei com o cineasta
Rogert Bencosme. Ele nos conta mais detalhes sobre o longa-metragem e como foi
ser o pioneiro em seu país.
[FG] Como você começou a se interessar por filmes de terror? O que você mais
gosta no gênero?
Depois de trabalhar um tempo produzindo comerciais e vídeos musicais
para a TV, meu irmão Frankeli Bencosme e eu pensamos em fazer uma película.
Depois de analisar qual seria o gênero, optamos pelo mistério. Poucos
personagens, mas intenso e em lugares remotos. Na verdade não tive uma atração,
mas a oportunidade que se ofereceu em si.
[FG] Como surgiu a ideia da película Andrea? É verdade que ela se baseia
em fatos reais?
Depois de decidir o gênero, recordamos a história de uma menina, vizinha
nossa, no campo onde nos criamos, Juan López, Moca, na República Dominicana,
chamada Andrea. Isso nós vimos com nossos próprios olhos, como ela era possuída
por um espírito. Ao redor dessa história, agregamos outros contos e criamos um
roteiro que seria a primeira película de mistério e terror dominicana. Ainda
que isso não era o que propomos, simplesmente foi assim. Ou seja, sim, é
baseada em um fato real.
[FG] Como você define o filme? Como foi a experiência de filmá-lo?
A defino como uma flor que cresceu da ingenuidade, inocente, que o povo
abraçou porque gostou do cheiro que ela exalava e foi feita ao seu estilo.
Agradecemos a Deus primeiramente pela oportunidade e a todo o público que a fez
sua favorita naquele ano, sendo merecedora do prêmio Casandra, como melhor
produção cinematográfica desse ano.
[FG] Como foi ser o pioneiro do gênero terror na República Dominicana?
Inesperado, mas muito bem recebido. Graças a Deus.
[FG] Como foi a recepção da película no país? Foi o que você esperava?
Excelente. Rompeu com os recordes de ingressos no primeiro dia e se
manteve por muito tempo no cinema. Na verdade não esperávamos.
[FG] Como você analisa o cinema de terror feito na República Dominicana?
Honestamente não posso fazer uma análise porque não o acompanho e não
tenho consciência, abri a porta do meu coração a Jesus e depois de muito tempo
voltei a escrever, e a produzir, mas pensando em como ajudar o mundo a ser
melhor. O mundo precisa saber que Deus está vivo e quer sua salvação.